segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Morte: a Dama de Negro ou apenas o inexorável?

Minha amiga Eliane Brum escreveu sobre a morte, ou sobre a vida que se vai. Uma matéria impressionante, publicada na revista Época de 18 de agosto de 2008.

É sobre os doentes terminais que estão nestas enfermarias de cuidados paliativos, que amenizam a dor dos pacientes. Não é exatamente da matéria da Eliane que quero falar, mas sim do que senti quando li.

Me peguei torcendo pelos pacientes, como se fosse uma obra literária, que lá no final tudo acabaria bem. Mas não é assim. A morte existe desde que nasceu. A morte não morre. A vida acaba, a morte não. A vida nasce de novo e a morte morre de novo. Mas sempre dói.

E a gente vai levando a vida ao encontro dela, achando que ela não nos enxergará no meio de tanta gente e bicho e plantas e mares que ela tem pra fazer morrer. Mas é apenas um engano momentâneo.

A morte não perde o sentido da vida.

Por isso que a vida vale a pena. Para fazer sentido, pelo menos na hora da morte.

Obrigada Eliane!

2 comentários:

Carol disse...

Nina, essa matéria da tua amiga e mais umas outras conversas sobre o assunto me fizeram refletir um monte sobre essa questão. Na verdade, tô ruminando o assunto, ainda, mas gostei muito do teu ponto de vista.
Beijos!

Ju Steck disse...

Desde abril, com a morte do meu pai, não passo m dia sem pensar sobre isso. Sempre é bom ler coisas lindas assim.